24 de abril de 2018

Würzburg: Die Residenz

Tenho, desde sempre, a impressão de que todos os países ex-imperiais se caracterizam pela monumentalidade colossal que nos legaram. Noto isso em Espanha e noto-o muito na Alemanha. Não o noto, porém, em Portugal, onde as coisas me parecem possuir uma dimensão mais consonante com a escala humana. Sim, temos Mafra e os Jerónimos mas isso são excepções. Nos ditos países ex-imperiais, tudo aparece elevado ao gigantismo que, tantas vezes, como que desfeia as construções. A imponência ameaçadora. Sente-se o mesmo aqui na Würzburger Residenz, património UNESCO.
Onde a Residenz se humaniza e se desconstrói em coisa bonita é nos jardins. Lindos, sem as pretensões de um Versailles, ainda que tenha sido erigido para competir comparativamente com Versailles e Schönbrunn em Viena. É tempo de flores abertas em cor e, por sorte, não há ninguém a visitar o palácio a estas horas vespertinas. Não é todos os dias que se tem um palácio por nossa conta, sem barulho, sem gente e sem ninguém que nos dê pressa. A indulgência do tempo é das coisas mais aprazivelmente deliciosas.


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