8 de dezembro de 2016

Dia 8: Mad Max

Uns quilómetros depois de Rio Grande Gorge, a planície ganha uma dimensão de filme futurista. Salpicando a paisagem, casas dispersas saídas de um qualquer pós-apocalipse. Imagino que seja uma daquelas comunidades alternativas auto-sustentadas.
A arquitectura das habitações não segue padrões ditos convencionais e a abundância de painéis solares diz-me que os seus residentes vivem off the grid (fora da rede). No entanto, os carros são convencionais motores de combustão interna e, por isso, poluentes. Lá se vai o não-convencionalismo borda fora! Olhando melhor, as casas vistas ao longe, parecem montículos gigantes de cães da pradaria. Mas quando o olhar se aproxima, ou elas se aproximam do olhar do viajante, parecem-me algo como Dalí conhece Mad Max.
Estou tão longe de tudo e os meus olhos tão cheios de tudo que a estranheza deixou de me ser estranha. Prossigo a viagem já não na vertigem de quem se quer desintoxicar e bater caminho mas na calma de quem vai respirando o caminho. Dou graças, sempre e em toda a parte.

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