16 de setembro de 2015

Inebriada

Saio da faculdade passa das oito e meia da noite escura e chuviscosa. Passo pela casa de amor na cidade para deitar anjos-gente. Conto a história de um T-Rex que invento chamar-se Jasmim e que o Manel quer, por força, seja um T-Rex preto com olhos cor-de-rosa. Seja. Afago caracolinhos de Maggie que me vai chamando "Tia?" a confirmar que eu ali estou até ela adormecer. Saio de mansinho e volto à noite que me aguarda para o caminho de regresso Aqui por entre pingos de chuva que não sabe ser chuva.
Finalmente chego. Abro a porta do carro e o cheiro toma-me por completo envolvendo-me nele. É denso como presença física. Terra molhada e ervas secas que se hidrataram com os chuviscos. Cheira a vindimas interrompidas e, de longe, vem um cheiro suave a caruma de pinho. É inebriante e deixo-me abraçar. Aprecio o momento para lhe fazer memórias. Entro em casa feliz porque é Aqui que me mora a alma...

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