21 de agosto de 2015

Epílogo de um Divórcio: Chegaram as custas

Ainda tem dias que penso em raiva "Mas quando é que isto vai acabar?". E quanto mais vejo a meta do fim, mais ela se afasta tal horizonte sempre inalcansável e distante.
Recebo carta do tribunal emitida a 14 de Agosto (data a reter) dando-me dez dias mais cinco de dilação para pagar custas de um dos processos relativos ao meu infernal divórcio, cronologicamente o segundo dos processos. Umas belas centenas de euros a serem pagos já. A carta, porém, não indica o método de pagamento, sendo, apenas uma cópia de uma guia que, em versão mais completa, seguiu para os meus advogados.
É Agosto. Não quero incomodar as férias dos advogados. Telefono para o tribunal a saber como posso pagar as custas. Diálogo transcrito para memória futura:
- A Senhora, se leu bem a carta até ao fim, vê que a carta foi para os seus advogados - informa, em condescendência debitada de alto, a funcionária que me atende o telefonema.
- Certo, bem sei. Mas estamos em Agosto e não os quero incomodar - respondo, engolindo o furacão que sempre desponta em mim quando me tratam como uma molécula acerebral.
- Ó minha Senhora, eles depois entram em contacto consigo.
- Só que quando eles chegarem já passou o prazo. Se bem li, e parece-me que li, tenho dez dias mais cinco a contar da data da recepção da carta.
- Ah, não é assim. Tem até 15 de Setembro.
- Perdão? Isso não está na carta porque eu ainda sei ler - continuo, a voz inalterada pelo grilhão que lhe ponho e as oitavas que lhe desço.
- É que estamos em férias judiciais e todos os prazos estão suspensos.
- Ah, e eu tenho de adivinhar que uma carta elaborada a 14 de Agosto para um acto administrativo que me dá prazos também se enquadra nas férias, ou isso estava escrito e eu é que não li? - a pergunta colocada no mais seráfico que a voz me proporciona.
- Silêncio.
Desligo devidamente informada. E ainda me faltam as custas do segundo processo, o primeiro da cronologia.
Mas quando é que isto vai acabar?

1 comentário:

Cristina Torrão disse...

Que não te venham com ameaças de penhora, depois de passado o prazo (apesar do que a funcionária disse), como me aconteceu a mim com a Segurança Social!