26 de novembro de 2013

Coisas em que não pensamos

“I’m not unhappy. I’m just not quite ready to be happy.”
Lady Mary Crawley in "Downton Abbey", ontem.

Quantas vezes é que não estamos prontos para sermos felizes...?

25 de novembro de 2013

Vejo-lhe as compras

Está atrás de mim na fila da caixa do supermercado. É noite cerrada e entrada. Poucos minutos faltam para o fecho da loja às 21.00. Oito ou dez castanhas num saquinho com um nó. Chamam-me a atenção. Deve viver sozinho. Compra tudo em doses mini reparo e, como sempre, surpreendo-me quando percebo que gente sozinha cozinha como se fosse cozinhar para uma família. Nunca consegui cozinhar para mim mais do que o impulso de uma ou outra vez. Uma raridade de disposição. E ele é um homem.
Pago a minha conta. Nem o vi o suficiente para lhe perceber a fisionomia, só sei que era um homem sozinho que cozinha para si. Saí do supermercado a pensar nas vidas dos outros, na multiplicidade de vidas à minha volta.

23 de novembro de 2013

Palavra do dia

Flexitarian - alguém que come carne ocasionalmente e não gosta de ser considerado vegetariano. Aprendida hoje e muito bem aplicada aqui a esta pessoa Blonde.

13 de novembro de 2013

Visto daqui

Levei décadas a chegar aqui só para perceber que nunca saí e que já aqui estamos há séculos. O ADN é uma coisa tramada.

6 de novembro de 2013

Como sabemos que estamos a ficar doidos

. Quando batemos à porta do nosso próprio gabinete e temos a chave na mão;
. Quando saímos do elevador no piso errado e metemos a chave do nosso gabinete na porta do gabinete de um desgraçado qualquer que deve ficar a pensar que o estão a assaltar.

Sim, os dias estão positivamente doidos!

1 de novembro de 2013

Num ex-feriado

Acordo cedo que o dia vai ser longo.
Na rádio uma voz familiar e querida diz-me boas-novas. Boa sorte! Sê feliz!
Há uma palestra no CCB.
Não costumo falar tanto em Inglês no meio de portugueses e dou por mim a falar Português com um sotaque tão carregado que nem me lembro de como se dizem coisas tão simples como "silêncio".
A academia portuguesa; nem sempre lhe percebo o modus operandi. E ela nem sempre entende o meu... (mas irrita-me que as sessões não acabem a horas, que ninguém cumpra os tempos de apresentação, que leiam sem entoação e que façam slides com manchas gráficas tipo página de livro; não que eu seja perfeita, that is). E ainda me irrita que me chamem "Senhora Professora" quando estou entre pares. Vou morrer sem nunca ter sido capaz de ser portuguesa como quis que ficasse no B.I.
Passei num cemitério e havia gente e flores. Não passei no meu cemitério. Não pude ir ver os meus. Alguém o fez por mim. Senti-me culpada e vazia. É o Governo. É o país. É a carreira. É tudo. E nada sou eu.
No fim, it was one heck of a day! I got such a kick out of it!