30 de junho de 2009

Na ressaca da nostalgia

Acho que foi da chuva inusitada, do aniversário da morte da Mãe, do dia triste no clima, triste na alma. Ou talvez fosse porque este ano em que já não há casamento (graças a mim e aos Céus, ámen) eu ando com mais disponibilidade introspectiva. Não sei. Sei que me lembrei muito da Mãe e invadiu-me uma onda de melancolia pouco habitual em mim, herdeira que me acho da boa-disposição perpétua Dela. Mas, caramba, há dias assim. E o que eu aprendo, é que nas pausas do sofrimento também se vive e se cresce, por vezes mais do que nos momentos da felicidade. É, entendo agora, aquele "dar de beber à dor" cantado pela Amália. Por vezes, precisamos de dar de beber à dor (curioso, como me descubro tão portuguesa, eu que sou tão medularmente alemã), afagá-la, não tomarmos o sentido da fuga. Só assim a perceberemos.

E foi para dar de beber à dor que vim escrever para o blog (esse alter-ego sem o meu nome) o que, de jacto, me ia na alma: as sensações avassaladoras de um passado que eternamente se repercute no presente, uma dor crónica domesticada, controlada, familiar e, por isso, nada medonha, mas que, apesar de tudo, irrompe de vez em quando a precisar de atenção. Escrevi e desliguei. As palavras saíram e eu fechei-me a elas. Já estavam cá fora. A dor bebeu, saciou-se, apaziguou-se para regressar ao confim do coração onde habitualmente reside. Dei-lhe o dia de ontem, fui generosa, maternal, até, no carinho com que a tratei.
Regresso ao blog. Deparo-me com os comentários de gente em lágrimas, gente que afaga a minha dor, que teme a sua, que partilha os receios de um futuro que promete esta mesma dor ou que a revisita num passado de perdas semelhantes. Noto um adjectivo recorrente: "esmagado", verbalizado tanto no masculino como no feminino. Acarinho os comentários: gente que me conhece (e que até conheceu a Mãe), gente que não me imagina, gente que eu conheço sem que haja a reciprocidade do conhecimento, gente que aqui vem pela primeira vez e parou, gente que se habituou a vir aqui (and only God knows why). E sabem o que noto? Que a nossa humanidade primordial é absolutamente transversal. Alegro-me numa sensação tépida por essa transversalidade fascinante e benévola. E noto, ainda, que, como sempre, a Mãe conjura o que de melhor temos e que, de um modo ou de outro, conhecendo-a ou não, o que a Ela se associa é intrinsecamente humano e belo.

29 de junho de 2009

Porque já são 11 anos...

O dia estava lindo. Junho terminava. Pressentia-se o Verão nas roupas esvoaçantes das senhoras, nas bouganvílias cheias de flores, numa Lisboa mais clara pela luz branca estival. Nós os três, o Pai, a Mana, eu, vivíamos numa espécie de bolha transparente: víamos o lado de fora, a vida que segue, os quotidianos das pessoas que passavam por nós, mas não pertencíamos a nada. Foram dias de limbo. O cansaço da esperança era talvez o pior porque não havia esperança. Havia dias em que eu queria aceitar a desesperança mas não tinha coragem. Afinal, de todos nós, a Mãe era imortal. Sempre pensei que eu podia morrer, o Pai, a Mana, mas a Mãe não. Nunca contemplei a sua mortalidade e isso tornava difícil, naqueles dias longos de sol e calor, aceitar que ela estava a partir. Acho até que tudo teria sido mais natural se fosse um de nós a morrer, mas a ironia era que era Ela quem partiria antes de todos, antes de ter tempo sequer para ir embora.



- Mutti, não te prendas por nós. Segue. Vai ser feliz. Não fiques triste se nos vires chorar. Nós somos fortes e tu sabes isso. Adoro-te Mutti linda, mas tens de ir. Não fiques aqui. Não fiques por nós. Sabes que eu olho por eles. Nunca, mas nunca te preocupes. Vai Mãe... Vai...



A Mãe morreu três horas depois de eu ter tido a coragem para deixar o egoísmo de a ter aqui. Levei tantos dias a mentalizar-me que deveria ter esta conversa com ela. Todos os dias eu entrava naquele quarto e todos os dias eu pensava que teria de deixá-la ir. O Pai e a Mana não entravam. A Mãe jorrava Amor e jovialidade, aquela graça natural que nos deixava presos num encantamento, não importava se fôssemos humanos ou animais, pequenos, grandes, todos nos apaixonávamos por Ela. E era por isso, talvez, que o Pai e a Mana não entravam naquele quarto nos últimos dias em que Mãe esteve nesta Terra. Não a queriam contemplar naquela vida sem vida. Ficavam à espera as horas que eu estivesse com ela lá dentro do quarto. E eu ali ficava a olhar para ela. Cheirava-lhe a pele doce e morna e pedia a Deus para nunca me esquecer daquele cheiro.
Naquele dia, depois de várias horas a lutar contra mim, decidi falar-lhe. Tive tanto medo. Tão pouca coragem. Sabia que nunca mais ia sentir aquele cheiro e aquele calor que a envolviam num halo de Vida. Pensava que a despedida invocasse palavras grandiosas mas só me saíram frases curtas, banais. Que guiões existem que nos digam o que dizer na última vez que estamos junto do Ser que mais amamos? O que é que se diz quando tudo é derradeiro na mortalidade e não há regresso? E depois, depois eu já lhe tinha dito tudo quando falávamos horas esquecidas em tardes longas sem fim. Era tão bom falar com Ela.
A Mãe tinha aquele intelecto fino, desenvolto que lhe permitia a abstracção mental e podíamos falar horas a fio de Teologia e Cosmologia, da finitude e do infinito. Desde que Ela morreu nunca mais tive conversas destas com ninguém. Ninguém fala com aquele nível de profundidade. E que saudades eu tenho dessas conversas... Também lhe disse muitas vezes que a amava e agradeci-lhe sempre ter-me dado a Mana. Não ficaram palavras por dizer, sentimentos não verbalizados. Daí a despedida ter tão pouco para dizer.
Quando o telefone tocou, eu já sabia. Não foram precisas palavras para dizer ao Pai ou à Mana. Dentro de mim fiquei contente: agora eu poderia voltar a falar com a Mãe sem estar naquela incerteza humana se os estados de coma superficial permitem a audição. Agora eu tinha a certeza de que na incorporalidade Ela me ouvia. Ela, que me ensinou esta língua nos versos do Pessoa e que me falava em alemão tantas vezes, agora ouvia-me.
Peguei na água de colónia que ela toda a vida usou, 4711, dois pares de sapatos, duas mudas de roupa, uma em rosa outra em azul, e no estojo da maquilhagem dela. Fui ter com Ela à morgue onde a depositariam. Eu jamais permitiria que Ela estivesse lá sózinha, tratada por estranhos, gente que desconhecia quem era Ela e a sua imensa capacidade de amar. Na minha voz calma e determinada deixaram-me entrar.

- Por favor, é a minha Mãe que aí está. Falo com o Director ou com quem for preciso. Não faço cenas. Mas deixe-me entrar, por favor.

Tiraram-na de uma gaveta grande na parede. Fiquei aliviada por não a ter encontrado naquele corpo de olhar vítreo. Estava tão gelada a pele dela. Não cheirava a nada. Ela já ali não morava e eu fiquei feliz por isso. Perfumei-a. Penteei-a. Escolhi o vestido azul às flores que lhe ficava tão bem naquele cabelo louro de veludo, calcei-lhe os sapatos beige. Dei-lhe um beijo na testa e sussurei-lhe ao ouvido o refrão de uma canção do Freddy Mercury que ela adorava: "The show must go on". The show must go on, Mutti.
Depois pedi que a depositassem na urna. Fizeram-no com tanto respeito, tanto esmero, em silêncio. Pedi que fechassem o caixão. Só eu a veria sem vida, sem a sua joie de vivre. Não poderia deixar que o Pai e a Mana a vissem a dormir sem estar a dormir. O Pai não aguentaria e a Mana era tão novinha para ser confrontada com imagens que nunca mais seriam apagadas, tão novinha.
No ano passado, e somente no ano passado, a Mana disse-me que teve com a Mãe a mesma conversa que eu tive uma semana antes da minha coragem para me despedir. Quando ela me divulgou aquilo, senti uma sombra percorrer-me a alma: a Mãe esperou que eu me despedisse, a Mãe viveu na vida sem vida até eu me despedir. Acredito na eternidade do Amor, na força incomensurável do Amor, o Amor que tudo pode, que tudo vence.

Hoje chove e eu estou melancólica. Meto em palavras as saudades que vivem comigo a cada segundo desde aquele dia soalheiro de Junho. Tenho tantas saudades...

28 de junho de 2009

Blonde e Breadmachine - A Saga Continua...

E como não há Blonde que se preze que não seja persistente, esta querida lá decidiu que não haveria de ser uma máquina que iria ter a última palavra na cozinha. Isso é que era doce!
Escolhida nova receita e eis que a Sra. Dona Blonde prepara a máquina e lá coloca, muito cuidadosamente (quase a medo, diga-se em bom rigor), os ingredientes necessários. Tudo feito com atenção e esmero para não chatear a máquina de antemão. Selecciona-se o programa, carrega-se no botão "on" e a Sra. Dona Blonde suspira de alívio: "Esta fase foi vencida" e vai tratar de outros assuntos deixando a máquina entretida nos seus.
Eis senão o seu espanto quando, dali a bocado, de regresso à cozinha para inspeccionar o trabalho da padeira temperamental, a primeira coisa que vê, imóvel e sossegada, no escorredor da loiça é... a pá de amassar da máquina!
Agora digam-me como é possível? Como é que eu não me lembrei de verificar se tinha posto tudo, mas mesmo tudo, dentro da máquina? E porque é que o fabricante se lembrou de fazer uma pá amovível? Com mil diabos!
Andava eu, por estes dias, tão contentinha que até inventava umas receitinhas gostosas que, pasme-se, até ficavam bem (tão bem que iam parar ao blog) e eis que a síndrome da Desperate Housewife regressa em mais uma revoada. Não há direito!
Amuei!

27 de junho de 2009

Blonde Next Portuguese Idol - The Sequel

E a pedido de inúmeras famílias cá vai o resultado das cantorias da Blonde: soprano (mas não estou nada convencida!). Eu acho que cantei em contralto só que o maestro lá achou que não e quem sou eu para contradizer o maestro? Então eu, que canto registos agudos em falsete e escolhi uma canção para não falsear uma nota, vou para soprano? Não, não estou convencida!
Mas pronto, lá fui recrutada. Só não sei ainda se me apetece muito investir em cantorias e ir re-estudar os meus antigos livros de música. É que, agora, olho para uma pauta e levo eternidades a ler uma linha (ok, lá vejo o compasso, a clave e esses básicos, agora ler, ler é que é tramado - chego a contar as notas pelos dedos, ridículo!). Enfim, a ver vamos... (pior do que as minhas aulas de sax-alto não vai ser, de certeza).

25 de junho de 2009

A minha bread machine


Prometia-me pão fresco sempre que eu quisesse, delicioso, com iogurte, com frutos secos e cereais vários, branco ou integral, mais claro ou mais escuro. Era o prometias!
Lá fui feliz e contente comprar a máquina de fazer pão. Toda a gente agora tem máquinas destas. Maravilhosas! Fazem tudo sózinhas e até trabalham de noite para a malta acordar com pãozinho fresco para o pequeno-almoço. Eu até já mexi numa, na casa da Zana: fui eu que liguei o botão on (afinal, a tarefa mais importante do processo) e o pão saíu um encanto. Pois é, acho que a minha máquina tem uma personalidade própria e ainda não nos entendemos as duas. Estamos em guerra: as duas alemãs (imagino-a loura também), e as duas genientas.
No primeiro dia fiz a mesmíssima receita que a Zana e eu fizémos: pão com flocos de aveia. Segui as instruções à risca, refreei o meu apurado sentido inventivo, programei tudo certinho. E o que é que a minha cara amiga me entregou? Um pão abaulado no meio e todo mal cozido.
Eu, de facto, devia ter estranhado quando, bem a meio da noite, acordei com um agradável aroma de pão acabadinho de cozer. Cheirava tão bem que eu acordei, vejam só! Deixei a nossa caríssima entretida a trabalhar na cozinha, que é no rés-do-chão, e subi para dormir. Ora, se no meu quarto, às seis da manhã, eu acordo porque me cheira bestialmente bem a pão fresco, é porque a querida máquina deveria ser uma padeira de mão cheia, não?
Qual quê! Vingou-se, a tipa! Eu a dormir e ela a trabalhar deve tê-la irritado até à medula dos genes alemães.
Na segunda tentativa dei-me ares de inventora. Se com as instruções escrupulosamente seguidas a coisa não funcionou, talvez com um pouco de criatividade se obtivesse o tal do pão delicioso. Triste engano!
Inventei um pão de cebola que é um hit entre as receitas de pão de máquina. Para o efeito, juntei um pacote de sopa de cebola em pó, farinha de trigo 150 e farinha de trigo 65, uma colher de mel e o trivial: água, fermento, sal e açúcar louro. E eis que em cima da mesa da cozinha tenho agora uma coisa rectangular parecida com um tijolo de lareira. Tem um buraco no meio estilo caverna e, novamente, ficou uma pasta mal cozida, daquela que dá para moldar em bolinhas.
Acho que vou ter de ter uma conversinha muito séria com a cara amiga. Dizer-lhe umas verdades e explicar-lhe que na casa da Blonde manda a Blonde (ok, por vezes, manda o Spotty), mas, mais que não seja, na cozinha da Blonde manda a Blonde e ponto final. Já viram isto, uma máquina com personalidade?!
Posto isto, vou comprar pão!

23 de junho de 2009

A data das eleições


Já não aguento a discussão em torno da data dos próximos actos eleitorais. Percebo a necessidade de consensos e a marcação de uma data o menos intrusiva possível na vida das pessoas, daí concordar que agendamentos próximos de férias e feriados são as opções mais logicamente descartáveis.
O que não entendo é esta coisa surpreendente de termos em poucas semanas dois actos eleitorais. Explico:
a). Os políticos cansam-se de louvar a maturidade eleitoral dos portugueses; que sabem escolher mudanças, que são lúcidos o suficiente para mostrar cartões vermelhos aos governos; que vivem numa democracia consolidada e outras loas que tais. Pergunto-me se esses mesmos políticos ainda não se deram conta de estarem a passar atestados de ignorância e puerilidade a esse eleitorado que tanto louvam ao pensarem que os mesmos são incapazes de discernir legislativas de autárquicas ao ponto de as coisas terem de ser bem separadas (convenhamos, é que nem nós as louras naturais deste regime contemporâneo misturamos as coisas).
b). Duas datas díspares para autárquicas e legislativas implicam que nós, o tal eleitorado esclarecido, vai "gramar" campanhas eleitorais "ad nausea". E isto significa sermos confrontados, por um tempo dolorosamente longo, com os cartazes feios, inestéticos, desprovidos de todo o sentido de design que inundam o nosso campo visual em rotundas, praças, bermas de auto-estradas, outdoors que nascem como cogumelos de Outono por todo o lado que é lado.
c). Se, tipicamente, o eleitor vota por partido, será que há assim tanta hipótese estatística de mudanças de opinião entre um acto eleitoral e o outro?
d). Por fim, há o papão-mor da abstenção. E, se, em anos em que somos confrontados uma vez só com o votar como direito cívico, votar como dever, já a afluência às urnas (deuses como amo esta expressão) é deficitária, imagine-se num ano em que nos arrastamos enfastiadamente não uma, não duas mas três vezes aos nossos locais de voto (da última vez fiz, à pressa, 200 kms para ir colocar uma cruz num partido que estava pseudo-morto nas sondagens - não sei se me apeteceria repetir a proeza mais vezes, caso me encontrasse outra vez longe da minha assembleia de voto, tenho pouca apetência para Cristo ressuscitador).
E com estas conjecturas (de uma mente loura, logo naturalmente dotada para o fracasso das ideias), penso que os nossos políticos gostam mesmo é da tribuna eleitoral, um bom comício, uma boa feira com muitos beijinhos à mistura, muita distribuição de bandeirola, muito encontro com o Povo, dias soalheiros de romarias, festas e foguetes. De tal sorte que, muitas datas de eleições, muitos Domingos de emissões especiais nas TVs, muito trabalho para as empresas de sondagens, nos alegram o dia-a-dia e nos dão a noção de um país politicamente vibrante. Sinceramente? Acho deprimente o espectáculo político que me é dado ver por estes dias.

22 de junho de 2009

Sempre as Louras...


Não resisto:
Luís Filipe Menezes no "i" de Sábado sobre Pacheco Pereira ser "a loira do regime":
"É evidente que a loira do regime é sempre má actriz. Quando se lhe dá um papel importante dá sempre para o torto - mas esteticamente é fantástica."
Não hei-de eu gozar com as loiras? Ah, mas esperem lá, eu sou loira. Eu gozo comigo e com as congéneres. Deixa de ter piada quando o estereótipo se generaliza.

21 de junho de 2009

Veggie Blonde Quiche


Totalmente inventada (mas ficou boa). Cá vai:
Ingredientes:
1 embalagem de massa folhada fresca
1 pacote de natas de soja
2 ovos
feijão verde
bróculos
1 cenoura
1 alho francês
queijo mozarella ralado q.b.
sal e pimenta branca
Forrar uma tarteira com a massa folhada. Cozer os legumes. Bater os ovos com as natas, o sal e a pimenta. Depois de cozidos os legumes, cortá-los em pedacinhos e espalhar sobre a massa folhada. Cobrir com o preparado das natas e ovos. Polvilhar com o queijo ralado. Levar ao forno.
Guten Appetit!

18 de junho de 2009

Blonde "Next Portuguese Idol"

Hoje tenho uma audição! E estou com uns nervos desgraçados! (HELP!!!)
Tudo começou há duas semanas atrás quando alguém me ouviu cantar no ginásio (as vergonhas da minha vida: a tipa a esmifrar-se nos abdominais e a cantar "Mercy" da Duffy, só mesmo uma idiota comme moi!).
- A Senhora canta tão bem! Já cantou alguma vez?
- ?! - Sinto o neurónio enrolar-se num nó. - Bem..., quer dizer..., eu já cantei num coro, mas era mais para fazer um favor ao Pe. Faustino do que pelos meus dotes vocais.
- Apareça dia 18 em X lugar. Gostava de ouvi-la cantar.
E desta feita, aqui estou eu em estado nervoso miudinho. Fui desencantar os meus catrapázios de música de quando estudava com o Maestro Guttenberg e pensei em cantar o "Hallelujah" do Leonard Cohen na versão da Alexandra Burke. Dei-lhe uma volta na última estrofe por causa do último verso (nem todos temos vozes de quatro oitavas como o Michael Bolton, não é?).
Rezem para eu não fazer uma triste figurinha... (pelo menos não maior do que o habitual:))

Actualização de última hora: Audição adiada para Quinta-feira que vem! Não vou aguentar outra semana de nervos! Dêem-me palestras e conferências que isto é insuportável! Ah, e obrigada pelos votos de simpatia com a minha triste pessoa!

16 de junho de 2009

"Campanhar" para a maioria

Quando fico em casa, gosto de partir o dia ao meio vendo o Jornal Nacional ou um qualquer telejornal da hora de almoço. Hoje observo a montagem da estratégia eleitoralista do PS. Acho piada. Sinceramente. Genuinamente. Oiço o Secretário-Geral e noto que agora fala numa certa reconquista da Esquerda. Claro, então o povo votou à esquerda, está na hora de regressar às bases. Mas sim, é a maioria absoluta que interessa porque o programa é para cumprir. E sim, há que encarar as coisas com humildade (gosto particularmente quando os políticos se socorrem desta palavra - obviamente que a minha ironia roça a displicência com que encaro a classe política em Portugal). Depois escuto o Ministro das Obras Públicas explicar atabalhoadamente que o TGV só sai na próxima legislatura porque há um moroso processo burocrático a cumprir.
Olho para isto tudo e desapontadamente, mas já sem a surpresa ou o incómodo do desapontamento, e nem penso. Vejo a política num aquário e eu, de fora, apenas vejo, vejo, vejo e não há nada para ver.

15 de junho de 2009

Mas qual efeito de estufa??!!

Pergunta estúpida de uma céptica ambiental: "Será isto o efeito de estufa, secas incomensuráveis, subidas de temperatura e Verões insuportáveis?" E porque é que será que me levantei a meio da noite, a meio de Junho, para juntar outro cobertor ao meu cobertor e ao meu edredão? Ah sim, deve ser o efeito de estufa: estufamos no vapor da chuva quente de Junho, deve ser isso.

14 de junho de 2009

Arroz-Doce de Coco à la Blonde


O problema de uma Blonde sozinha em casa no fim-de-semana com uma resma de exames por corrigir em cima da mesa da cozinha (of all places!) é que lhe dá para inventar.
Eis, portanto, o que o seu génio criativo nas artes culinárias inventou.

Arroz-Doce de Coco à la Blonde
Ingredientes:
1 lata de leite de coco
1/2 medida da lata de leite de coco de água
Arroz que dê para a quantidade de líquido (a coisa à la Blonde funciona a olhómetro)
2 chávenas de café de açúcar (é o que der para adoçar e basicamente aplica-se a técnica do olhómetro)
Casca de um limão médio (no caso acabado de apanhar da árvore)
1 colher de sopa de coco ralado
1 pau de canela
1/2 colher de café de canela em pó
1 pitada de sal

Numa panelinha de ir ao lume juntar o leite de coco, a água, o pau de canela e a casca de limão. Deixar levantar fervura e juntar uma pitadinha de sal. Deixar ferver 2 ou 3 minutos. Juntar o arroz lavado. Deixar ferver em lume brando uns 15 minutos. Juntar o açúcar, a canela em pó, o coco ralado e deixar cozer, mexendo de vez em quando. Quando o arroz estiver cozido mas ainda caldoso, retirar do lume e verter em tacinhas (logicamente retirando o pau de canela e a casca de limão). Polvilhar com canela a gosto.

Desta vez excedi-me! (Ui, que falta de modéstia!) Ok, o fogão ficou ligeiramente impróprio para consumo, mas, de resto, a coisa até correu bem: sem truques, sem Bimbies, só Blonde e a colher de pau! Delicioso!!

12 de junho de 2009

Pai de Blonde e Cabelos em Pé


Mini excerto de diálogo de surdos entre Blonde ao volante e Pai alemão na grande capital da República:
- Vira Filha!
- Onde Pai?
- Era ali atrás! Ali! Então não viste?
- O Pai não disse onde era!
- Então não disse? Vai segue! Segue e vira lá à frente!
- À frente aonde!
- À frente! Não estás a ver?
- Não Pai! O Pai tem de dizer esquerda ou direita! Assim não me entendo!
- Vai, aqui nesta agora! Não Filha, era ali! - Pai de Blonde esbraceja e olha para trás na incredulidade.
- Mas ali onde?
- Vai segue, agora tens de ir em frente!
- Ó Pai, eu não sei onde estamos! Agora viro onde?
- P'ra cima!
- Esquerda?
- P'ra cima, não te estou a dizer?
- 'Tá bem, então é esquerda. E agora?
- Pois, deixa-me cá ver...
- Ó Pai, eu estou no meio do cruzamento! É p'ra virar para que lado?
- Olha segue! Ó, então estás a entrar na CRIL?
- O quê, Pai?!
E isto é o homem que me ensinou a conduzir aos 16 porque desconfiava que em Portugal me fossem dar uma carta da Farinha Amparo! Ai... Uma volta ao Estádio da Luz, uma entrada na CRIL com saída em Odivelas (acho, mas não há certezas), duas vezes no Eixo Norte-Sul e quinhentas ruas depois, Blonde atina no caminho. Versão do Pai: esta minha Filha não tem mesmo sentido de orientação nenhum! Versão de Blonde: mas porque é que eu não segui à minha maneira?

8 de junho de 2009

Lavagem de alma...


"Traz roupa prática que se possa sujar, sapatos rasos ou ténis que te vamos pôr a trabalhar e traz algo mais finório se sairmos à noite" - diz no mail. Passo a semana em alegre antecipação de um fim-de-semana perdido no Alentejo e imagino-me a regar tomateiros e a apascentar ovelhas.
No Sábado de manhã acordo bem-disposta ao estilo: "Adeus mundo conhecido que vou à aventura!". Visto-me sem respeitar as instruções do mail. Afinal, tenho muita estrada pela frente e preciso parar numa qualquer estação de serviço para comprar o novo jornal da praça porque me remeti à colecção da revista de fim-de-semana (ora aí está uma estratégia de marketing de fidelização da clientela, sim senhora!).
Páro em Aveiras. Chove que se farta. Começo a imaginar a roupa de Verão que trago na mala e a temer pelo futuro. "A Zana diz que lá em Cabeço de Vide a malta dorme a sesta que não se pode com o calor" - penso em jeito de justificação para as T-shirts que, neste tempo frio e chuvoso não me vão servir de agasalho. Compro o jornal e dou-lhe uso imediato como guarda-chuva: dois em um e ainda fico com a revista - um bom investimento.
Sigo. Em Ponte de Sôr perco o sinal da M80 e de mais umas quantas estações na memória do rádio da carrinha. Só me restam a Comercial e a RFM, e esta com intermitências. "Oh, oh, isto afinal é mais interior ostracizado do que eu supunha" - falo comigo própria enquanto atravesso uma ponte romana no meio de nenhures rezando para não vir nenhum camião em sentido contrário e esperando que não seja a minha carrinha que ponha ponto final a dois mil anos de história. "Cristo se eu morro aqui vai ser um sarilho darem comigo!"
Em Alter do Chão saúda-me a mais monumentalmente horrorosa estátua equestre que se possa imaginar, enfiada numa dessas rotundas que fazem questão de indicar que o alegre condutor chegou a uma povoação. Como é possível tamanho mau-gosto, Deus do Céu? Enfim, sigo que já estou quase a chegar.
- Trazes-me cerejas? - Pergunta a Zana assim que me vê. Sorri de orelha a orelha. Leu o post anterior e eu desato a rir também.
- Não, trago-te mangas! Não disseste que isto era o fim do mundo? - Rio e abraço-a naquele abraço enérgico de quem só vai dar e receber energias profundamente positivas. Que saudades eu tinha dela. Há quantos anos a estrada dela interseccionou a minha: vinte e sete? Ui tantos! Melhor nem pensar!
Estaciono a carrinha junto ao posto da GNR de Cabeço de Vide. Ela não acha prudente eu levar o meu veículo citadino e novo para o todo-o-terreno de silvados e pedras que é um simulacro de estrada até ao monte dela e do Zé. (Mais tarde, depois de comprovar o caminho áspero, agardeço-lhe a lembrança: sim, a minha carrinha não teria sobrevivido às provações das folhas de azinho e galhos secos de funcho que se dobram pelo caminho que dá para o monte).
Antes de irmos para casa, ela leva-me ao mercado local. Um sítio castiço onde o senhor da banca da fruta faz as contas num cartão e vende mel caseiro em frascos velhos de Tofina. Não há mangas. E nisto, telefona-me a Tina. Momentaneamente, o trio está composto. Falamos as três partilhando o meu telemóvel. Estou mais alegre que sei lá o quê. Esfusiante! Eu, a Zana e a Tina! Que pena a Tina não estar aqui.
Mais uma paragem. Vamos à papelaria, a loja mais "in" de Cabeço de Vide, diz-me a Zana. Ela quer comprar o "Sol". Não há. Nem o "Expresso".
- Deixa lá, eu trouxe o "i" - digo-lhe.
- O quê?
- Deixa, vamos que depois eu explico. - Sim, a interioridade tem destas coisas.
Vejo a casa da Zana emergir depois da curva e por detrás das árvores. É tal e qual eu tinha imaginado: térrea, debruada a amarelo. Saio do carro e só penso em mudar de roupa. Ela faz-me o tour da casa mas eu sinto-me totalmente "out" com os meus óculos escuros xl, as minhas sandálias pumps, o meu casaco comprido assimétrico como se usa nesta estação, as minhas bangles e o anel de design que comprei em Rhodes. Tenho de tirar esta casca e mudar para outra urgentemente. Quando o Zé chega das obras do ovil que eles estão a construir já eu pareço uma nativa: fiz uma trança mal amanhada e vesti-me como mandava o mail. Estou pronta para ir regar a horta!
Azar! Desata a chover. A tempestade que eu apanhei em Aveiras desaba sobre o nosso fim do mundo. Cai granizo a rodos e desabam também os meus planos de rega. "Ó São Pedro, caramba, tinha de ser logo hoje?" Tenho tanto frio que tenho de vestir um casaco polar do Zé e calçar umas meias de empréstimo do Zé ou da Zana, já nem sei. Pensava eu que vinha para o Verão. Olho para as minhas pobres sabrinas e percebo que são a coisa mais imprópria para sair à rua. Valha-me os botins do Zé que calço com mais um par extra de meias. Depois da tempestade vamos ver a horta: tomateiros, pimenteiros, aboboreiras, batateiras, feijão, cebolas, vou enumerando. A Zana e o Zé olham-me incrédulos. Momentaneamente esqueceram-se que eu também vivo no campo. Acho que olham para mim como a Blonde with a PhD quando eu sou apenas a Blonde que corria montes e vales e queria ser como o David Attenborough quando era miúda. Tenho de acordá-los da incredulidade. Vamos ver os gansos e eu sugiro à Zana que compre umas galinhas da Índia. E ei-las as ovelhas: pretas. São merinos, explica-me a Zana. Olho para ela e apanho-lhe os traços de felicidade estampados no rosto. Olho-a no seio daquele meio, fundida e em comunhão com ele. Era o que ela mais queria: a simplicidade, a proximidade com a terra, os animais, os ciclos das estações. Fico inundada de felicidade também. Não lhe sei exprimir o que o meu coração sente por vê-la feliz nas suas decisões de vida. Eu sempre quis a carreira académica, consegui; ela quis a vida no campo, conseguiu. Enquanto ando a ver a quinta vou agradecendo baixinho as benesses que usufruímos e dando graças por termos chegado a estas fases das nossas vidas.
Ficamos e horas esquecidas à conversa depois do almoço. Fazemos pão com flocos de aveia, fazemos café, sentamo-nos nos sofás e falamos, falamos sempre enquanto o pão está a levedar na máquina (tenho de comprar uma!). Ali estamos. Passamos tempos infindos sem nos vermos e quando nos reunimos está tudo como sempre esteve. É isso o que o trio tem de extraordinário. Com a Tina é a mesma coisa. Como explicar que tenho as melhores amigas que alguém pode ter? Houve um tempo em que, estudantes, nos víamos todos os dias. Depois veio a Vida e foi cada uma para seu lado em pontos distantes do país. Quando nos vemos, os laços estão lá como sempre. É impressionante.
E falamos sem mágoas da Vida. Eu feliz e realizada profissionalmente mas (ainda) não emocionalmente. A Zana bem resolvida emocionalmente mas (ainda) não profissionalmente. E nestes interstícios entre o que temos de bom e menos bom nas nossas vidas vamos tentando diariamente a felicidade. O que importa é nunca deixarmos que o menos bom seja o que nos derruba, senão tornamo-nos pessoas azedas, empedernidas de coração, incapazes de gozar tardes longas como a que estamos a apreciar.
Ainda temos de ir passear os cães: dois rafeiros e uma Bouvier Bernois. Calha-me o Elmo, o rafeiro ruivo de olhar vivo e tão mau de trela como o meu Spotty. Ainda tento os truques para ele ir ao meu lado, mas é tudo em vão. A Zana olha-me com olhos comiserativos do estilo: "Ai vida, esta minha amiga..." Apanho-lhe o olhar e rio, claro. Elmo, segue lá à maluca que eu estou contigo! Passeamos entre campos de restolho debruados a azinho e sobreiros velhos. Desato a correr com o Elmo. Canso-o. Coitadito, aposto que ele pensava que a citadina não corria! Enganou-se! Fica com a língua de fora, estafado mas a pedir mais. Encho os pulmões de ar. Com os meus botins, a trança despenteada, o casaco polar sinto-me bem naquele meio. O sol que cai está frio e eu passo por cima das poças de água e lama, feliz porque nada daquilo eu faço no meu dia-a-dia. O Elmo vai à trela, mas eu, eu sigo sem trela, completamente desgarrada de tudo o que me prende quotidianamente.
Quando chegamos a casa ainda fazemos uns exercícios de yoga, a Zana e eu, e entretanto o pão está feito. Barro fatias generosamente com manteiga. Nirvana. Ela e o Zé querem levar-me a Alter à feira do livro. Percebo que me queiram levar a sair. Não lhes digo que preferia ficar ali em casa a comer pão com manteiga e a falar, a falar e que eles não precisam me levar a lado nenhum. Visto duas T-shirts por cima uma da outra e a Zana empresta-me um casaco de malha. Ela nem imagina que tenho na mala uma camisola de lamé dourado que era a tal de roupa "finória" que ela tinha escrito no mail. Agora sei que ali o "finório" tem um sentido bestialmente diferente do que eu entenderia.
A feira do livro está a fechar quando chegamos mas ainda compro "O Amor é Fodido" do MEC. A Zana e o Zé compram outro tipo de livros. Olhando para cada um dos três livros que comprámos, mais tarde, sentados no café do cinema de Alter, vejo que compramos coisas que só podem ter a ver com cada um de nós. Eu não iria comprar um livro de doeças de animais e eles não comprariam "O Amor é Fodido", se bem que eu não ache exactamente que o amor é aquilo que o MEC diz.
Durmo no silêncio e na escuridão do Alentejo profundo. A Xuga, a mini rafeirita, aninha-se aos meus pés e ambas dormimos o sono dos justos. Que bom que amanhã ainda aqui estarei...
OBRIGADA ZANA! OBRIGADA ZÉ!

4 de junho de 2009

As emoções são como as cerejas


Hoje decido que sou feliz. Não é que não o seja, mas esqueço-me muitas vezes, muitos dias, perdida nas responsabilidades, rotinas e inquietações do quotidiano. Hoje lembram-me, a Vida lembra-me, que sou feliz na minha vida.
Assino o último sumário do semestre numa das minhas turmas, despeço-me dos alunos e ameaço-os com o típico: "Don't even dare failing this subject!" Rodeiam-me, não me deixam arrumar as coisas, a funcionária do bloco entra com a ficha das presenças e nem me vê, ou eu a ela. Depois da comoção diz que ficou arrepiada - nem lhe digo que eu fiquei ainda mais: "Gaita, posso não fazer nada de jeito, mas isto, isto faço bem!", penso enquanto a turba irrequieta que está prestes a acabar o seu primeiro ano na universidade sai da sala acenando-me e mandando-me beijinhos pelo ar. Gosto imenso de dar aulas...
O telemóvel toca:
- Doutora, pode vir ao meu gabinete? - É o meu advogado. Penso nos processos pendentes de um divórcio litigioso apanhado na nova lei (juro que vou comprar uma página de jornal e atirar aos legisladores a embrulhada da nova lei, garantidamente!). Antecipo o que se antecipa quando um advogado nos telefona.
Nada disso! Quer dar-me cerejas! Toneladas delas! Disse-lhe um dia que gostava de cerejas, já nem sei a que propósito. Leva-me ao carro dele e na bagageira um enorme cesto de cerejas, lindas, ainda com as folhas verdes agarradas. Estou tão sem palavras que nem sei as coisas que lhe digo em agradecimento. Estes gestos não se agradecem. Ele não sabe que eu sei, mas eu sei que ele falou com colegas minhas e lhes pediu que olhassem por mim. E isto, isto lá se pode agradecer? Aqui está este homem outonal, farto de publicar sobre Direito da Família, com uma carreira de décadas e aqui vem dar-me cerejas e pedir a quem convive comigo que olhem por mim.
Chego a casa. O Senhor Luís e a mulher estão entretidos a colocar os alegretes anti-Spotty à volta dos canteiros. Dou-lhes cachos das cerejas que trago enquanto lhes pergunto como se estão a entender com os canteiros.
- Ó Dona Blonde, vamos agora dar aqui uma volta ao jardim, mas depois disto vamos ter de fazer uma revolução na garagem.
Acho uma ideia excelente porque a minha garagem é a balbúrdia no faroeste. Nunca lhes teria pedido isso porque não gosto de abusar. E depois ouço os planos que o Senhor Luís tem para o jardim: pinta-se os muros e os gradeamentos, desbasta-se a hera que cresce nas paredes, se calhar temos de mudar o tapete de relva e mais uma série de coisas. Fico quieta a ouvir e a pensar que eles os dois me querem ajudar a manter a casa porque me vêem só. Querem ajudar-me. Nos tempos em que havia uma outra presença em casa eles nunca me disseram nada, limitavam-se a fazer o que eu lhes pedia, o trivial de arranjar um jardim relativamente grande onde um cão impõe um considerável grau de destruição. Mas agora que me vêem só, dizem-me o que há a fazer e dão-me ideias. Aliás, o Senhor Luís deu uma volta a todas as fechaduras de todos os portões para garantir a minha segurança. Isto também nem se paga, nem se agradece.
Sim, só posso ser feliz, só posso estar feliz. A vida, como na letra da canção dos musicais da Broadway, é como uma taça de cerejas:
Life is just a bowl of cherries.
Don't take it serious; life's so mysterious.
You work, you save, you worry so,
But you can't take your dough when you go, go, go.
So keep repeating it's the berries,
The strongest oak must fall,
The sweet things in life, to you were just loaned
So how can you lose what you've never owned?
Life is just a bowl of cherries,
So live and laugh at it all.
E eu hoje recebi cerejas...

2 de junho de 2009

Bancos e dinheiros

Estou irritadíssima, indignada, a espumar raiva (ok, hoje é dia de ter cá jardineiro e isso não ajuda muito à boa-disposição). Mas caramba, eu devo ser burra todos os dias da minha vida! Não percebo nada de finanças, economia, crises e todas as coisas que implicam capital, mas será que alguém me explica por que carga de água torrencial a CGD injecta, aplica ou o raio que a parta 2,55 mil milhões de euros no BPN? Alguém terá uma noção do que é essa quantidade faraónica de euros? Pasmo só de pensar que, afinal, este país tem dinheiro a rodos. Daí, claro, o governo pensar nas possibilidades de aeroportos e TGVs para cá e para lá.
Sim, eu que gozo com a minha lourice e até chamo ao blog a Loura doutorada, tenho de admitir que sou mesmo burra, sem gozos, sem ironias. Burra, ponto final.